Cheirar, é um ato tão natural que é fácil esquecermos o quão importante é para nós. O sentido do olfato está intimamente ligado à forma como sentimos e interagimos com o mundo e todas as fragrâncias influenciam quer positiva, quer negativamente o nosso bem-estar. A sua perda ou distorção pode afetar significativamente os nossos relacionamentos e a nossa vida laboral, podendo levar ao isolamento social e mesmo à depressão.
O olfato resulta de uma interação complexa entre o nariz e o cérebro. Ocorre quando moléculas voláteis se misturam com o ar inspirado pelo nariz e estimulam as células nervosas olfativas localizadas no tecto da cavidade nasal. Estes nervos enviam mensagens ao cérebro que nos ajuda a interpretar o que estamos a cheirar. A integridade do sistema olfactivo, desde o nariz até ao cérebro, é fundamental para termos um olfacto saudável.
O olfato também tem um papel fulcral no paladar. O sistema gustativo e o olfativo trabalham em conjunto ao receberem estímulos odoríferos ou gustativos na cavidade nasal e bucal, despertando sensações quando estamos a desfrutar de algum alimento ou prato que comemos.
A perda de olfato afecta milhões de pessoas por todo o mundo, estimando-se que aproximadamente 5% da população geral sofra de perda completa do olfato (anosmia) e cerca de 20% tenha diminuição do olfato (hiposmia). Estes valores aumentam para 30% em adultos com idades superiores a 70 anos de idade. Os distúrbios isolados do gosto, não menos impactantes, parecem ser menos frequentes, afectando globalmente cerca de 5% da população geral.